PEP
PEP
A PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco) é um dos métodos de prevenção ao HIV, com caráter de urgência, utilizada de 2 a 72 horas após uma possível exposição ao vírus, durante 28 dias. Casos de violência sexual, relação sexual desprotegida e acidentes ocupacionais são alguns exemplos. A PEP é ofertada gratuitamente no SUS para todas as pessoas que demandarem.
A PEP pode ser encontrada em Unidades Básicas de Saúde, Centros de Referência e Tratamento, CTA/SAE ou Unidades de Emergência como CER (Centro de Emergência Regional, UPA (Unidades de Pronto Atendimento) ou Hospitais que ofertem a PEP. Para saber onde encontrar na sua cidade, acesse o site: https://antigo.aids.gov.br/pt-br/faq/onde-encontrar-pep-0.
A PEP pode ser solicitada em casos de relação sexual desprotegida, com rompimento da camisinha ou sem o uso dela; violência sexual e/ou acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico.
Sim, mas cabe avaliar se está passando por muitas exposições de risco. Em caso afirmativo, não seria importante iniciar o acompanhamento por PREP? Aqui você encontrará mais informações sobre essa forma de prevenção.
Sim, importante o uso de preservativo externo ou interno durante as relações.
Não há estudos que apontem perda da eficácia da PEP no uso de bebidas alcoólicas e substâncias psicoativas. Mas seria importante ter informações sobre redução de danos e avaliar se durante o uso você não se coloca em mais exposições.
PrEP
PrEP
A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é um método de prevenção ao HIV, que consiste em tomar um comprimido diário, que prepara o organismo para uma possível exposição ao vírus. Bloqueia caminhos que o HIV usaria para se estabelecer no corpo. Não oferece proteção contra outras infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). A PrEP é ofertada gratuitamente no SUS.
De uma forma geral, a PrEP pode ser utilizada por todes que não vivem com HIV/AIDS e desejam contar com mais uma forma de prevenção ao HIV. No entanto, seu uso pode ser mais indicado em algumas situações, como: a) em casos em que há uma frequência de não utilização de preservativos nas relações sexuais; b) reincidência de uso de PEP; c) apresentação de histórico de ISTs; d) em casos em que há uma frequência de relações sexuais sob efeitos de drogas psicoativas, o chamado “Chemsex”. Trabalha-se, ainda, com a noção de “populações-chave”, ou seja, grupos de sujeitos que historicamente são vulnerabilizades à infecção pelo HIV, como: homens cisgêneros gays, bissexuais e homens que fazem sexo com outros homens; pessoas trans (mulheres transexuais, travestis, pessoas não-binárias designadas com o sexo masculino ao nascer, etc.); profissionais do sexo; pessoas que recebam dinheiro ou benefícios em troca de serviços sexuais; pessoas que estejam se relacionando com uma pessoa vivendo com HIV. Esses sujeitos, pertencentes às “populações-chave”, podem ter um pouco mais de facilidade para iniciar o acompanhamento com a PrEP, em comparação a outros grupos.
A PrEP é ofertada de forma gratuita pelo SUS. Veja onde a PrEP é disponibilizada no seguinte mapa:
A PrEP consiste no uso de comprimidos que auxiliam a evitar uma infecção pelo HIV caso haja uma exposição ao vírus. Seu uso possibilita o bloqueio de alguns caminhos que o vírus do HIV utilizaria para infectar o organismo. Trata-se de um uso programado, ou seja, o sujeito começa a tomar os comprimidos antes de uma possível exposição ao HIV. Não há um tempo previamente definido de qual seria a duração do uso contínuo de PrEP, pois isso depende de cada caso.
O uso de PrEP exige acompanhamento de saúde, inclusive com realização de testes para outras ISTs e para o HIV. Há duas modalidades: a PrEP diária e a PrEP sob demanda.
A PrEP diária consiste na utilização dos comprimidos todos os dias, de maneira contínua. A PrEP sob demanda é utilizada apenas quando o sujeito localiza, previamente, um possível risco de exposição ao HIV. O esquema, neste caso, é o seguinte: 2 comprimidos de 2 a 24 horas antes da possível exposição, 1 comprimido 24h após a dose inicial de dois comprimidos e 1 comprimido 24h após a segunda dose.
A PrEP sob demanda apresenta maiores índices de proteção nas seguintes populações: homens cisgêneros (heterossexuais, bissexuais, gays e homens cisgêneros que fazem sexo com homens); pessoas não-binárias designadas com sexo masculino ao nascer; e travestis e mulheres transexuais que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol. No caso de mulheres cisgêneros, pessoas trans ou não binárias designadas com sexo feminino ao nascer e pessoas que utilizam hormônios à base de estradiol, recomenda-se o uso da PrEP diária em vez da PrEP sob demanda. Qualquer que seja o caso, o uso da PrEP deve ser acompanhado por um profissional de saúde.
Sim, pois não há interação conhecida entre medicamentos para PrEP e álcool ou substâncias psicoativas. No entanto, o uso de álcool e de substâncias psicoativas deve contar com a lógica de redução de danos.
A PrEP é considerada muito segura no que se refere à proteção contra a infecção por HIV. No entanto, não protege contra as outras ISTs. Você terá uma maior proteção contra o HIV e outras ISTs caso utilize, de forma simultânea, a PrEP e preservativos nas relações sexuais.
Prevenção
Combinada
Prevenção Combinada
A Prevenção Combinada se caracteriza como uma abordagem que se utiliza de variadas formas de prevenção, a nível biomédico, comportamental e estrutural.
Esta forma de prevenção também pode ser usada para oferecer às pessoas opções individuais para a prevenção do HIV – ao tornar disponíveis diversas formas e ferramentas de prevenção. As pessoas podem escolher usar uma dessas ferramentas de cada vez ou combiná-las de acordo com seu momento e preferências pessoais.
Em termos de tecnologias biomédicas, é possível encontrar gratuitamente no serviço público de saúde, desde unidades básicas de saúde até hospitais e unidades de emergência. Primeiro identifique qual tecnologia você quer acessar, em seguida procure por unidades de saúde que ofereçam o serviço clicando aqui.
Em caso de teste reagente para qualquer IST, é importante tratar para que se evite novas infecções. Com isso, o tratamento se torna uma aliada da prevenção evitando que outras pessoas se infectem quando alguém tem conhecimento e inicia o tratamento para infecção na qual foi exposta.
Uma testagem regular para HIV ajuda a diagnosticar a infecção mais precocemente e isso evita que a doença se manifeste de forma mais agressiva posteriormente, como no caso de descobrir em estágio de AIDS, que é quando o individuo tem baixa imunidade, alta carga viral de HIV e manifestação de doenças oportunistas.
É importante para uma pessoa gestante que faça acompanhamento de pré-natal, onde será realizado testes de IST’s regularmente. Em caso de teste reagente para HIV antes ou durante a gestação, a pessoa deve iniciar o tratamento com antirretrovirais imediatamente, pois isso fará com que a chance de transmissão diminua consideravelmente. Em caso de descobrir a infecção durante a gestação, é importante que no momento do parto a pessoa esteja indetectável, não amamente e o bebê faça uso de medicamentos por um determinado período, além de fazer testes regularmente nos dois primeiros anos de vida.
A imunização faz com que nosso organismo crie imunidade contra Hepatite B e HPV, que em alguns casos podem evoluir para um estágio grave da infecção e de maneira silenciosa, uma vez que as pessoas tendem a perceber os primeiros sintomas em casos avançados. A imunização para Hepatite B evita que a pessoa desenvolva a Hepatite C e em caso de corpos com vagina, ajuda a evitar câncer no colo do útero.
A redução de danos consiste em um repertório de cuidado, constituído de um conjunto de estratégias singulares e coletivas voltadas para as pessoas que usam, abusam ou dependem de drogas. Incluem-se nas estratégias de prevenção a recomendação do não compartilhamento de instrumentos e a utilização de materiais descartáveis, inclusive para o uso de silicone industrial e hormônios entre pessoas trans.
Todo diagnóstico reagente para IST significa que a pessoa precisará fazer um tratamento para cada resultado positivo e independente da infecção ser recente ou mais antiga, o tratamento será o mesmo. Ao ser diagnosticado e tratado no mesmo momento, ajuda a reduzir possíveis agravos da infecção e a possibilidade de novas infecções.
Os preservativos internos e externos ajudam a prevenir a grande maioria de IST’s e a gravidez não planejada. Algumas IST’s são transmitidas através do contato e o preservativo entra como barreira entre um corpo e outro, evitando uma nova infecção. É importante utilizar apenas 1 preservativo por relação sexual, a utilização com mais de 1 pode propiciar atritos e o rompimento dos preservativos.
TARV
TARV
A terapia antirretroviral (TARV) é ofertada gratuitamente pelo SUS, e desde 2013 o tratamento é garantido imediatamente após o diagnóstico positivo de HIV.
A Terapia Antirretroviral (TARV), forma de tratamento do HIV/AIDS, é ofertada gratuitamente no SUS. O serviço de referência para o usuário depende de cada localidade e cada caso. A TARV pode ser ofertada em diversos locais, como: a) clínicas da família; b) unidades básicas de saúde; c) centros municipais de saúde; d) centros de testagem e acolhimento; e) serviços de atendimento especializado em HIV/AIDS; f) hospitais gerais.
Confira os locais clicando aqui.
A recomendação, seguindo as pesquisas científicas e as políticas de saúde atuais, é que o tratamento com a TARV seja iniciado imediatamente após o diagnóstico de HIV.
A TARV possibilita, depois de um tempo de tratamento e mediante uma boa adesão, que o sujeito tenha sua carga viral indetectável, o que significa que as cópias do vírus estão num nível tão baixo que o HIV não pode ser detectado através dos exames usuais. O tratamento deve ser iniciado o quanto antes pois, com isso, o sujeito consegue ter sua carga viral indetectável, o que melhora sua condição de saúde, na medida em que suprime as cópias do vírus no organismo, evitando o desenvolvimento de um quadro de AIDS. Além disso, uma boa adesão ao tratamento passa a ser um método de prevenção, pois um sujeito com a carga viral indetectável não transmite o vírus para suas parcerias sexuais. É mais indicado, portanto, iniciar o tratamento o quanto antes.
Sim, ainda que isso signifique um acompanhamento mais cuidadoso da equipe de saúde, a fim de verificar a interação entre os medicamentos da TARV e as outras infecções oportunistas ocasionadas pela AIDS. É plenamente possível que o sujeito, já em quadro de AIDS, inicie o tratamento e tenha sua carga viral indetectável após um tempo.
O uso irregular dos antirretrovirais, como deixar de tomá-los em alguns dias e/ou tomar em horários muito distintos, contribui para um processo de resistência do vírus aos medicamentos, o que pode aumentar as cópias do vírus. Ter uma boa adesão ao tratamento é tomar os remédios nos horários prescritos, comparecer às consultas de rotina, realizar os exames solicitados, dentre outros cuidados.
Alguns esquemas de medicamentos podem causar efeitos colaterais incômodos para algumas pessoas. Caso o sujeito sinta algum desconforto com um esquema de medicação, é possível conversar com o médico para que a troca seja efetuada.
O uso irregular dos medicamentos antirretrovirais contribui para uma resistência do vírus aos remédios, o que leva à necessidade de trocar o esquema de medicação. Se, com o novo esquema, houver novamente uma irregularidade na adesão, isso pode acontecer novamente, levando à necessidade de pensar num outro esquema, e assim sucessivamente. Com isso, o sujeito não consegue manter sua carga viral indetectável, podendo ainda transmitir essa cepa mais resistente do vírus a outras pessoas. Este é um exemplo de como as medicações atuais podem falhar, o que leva a quadros de saúde mais delicados e que precisam ser mais cuidadosamente averiguados pela equipe de saúde.
Indetectável = 0
Indetectável = 0
Um sujeito com boa adesão ao tratamento antirretroviral se torna Indetectável, que é igual a Intransmissível. Você sabe o que é isso?
Quanto maior a carga viral, ou seja, quanto maior a quantidade de cópias de HIV no sangue, maior a probabilidade de transmissão. Através de uma contínua adesão à terapia antirretroviral (TARV), o sujeito se torna indetectável. Isso significa dizer que sua carga viral está em um nível tão baixo que não é detectada pelos exames usuais. Além de melhorar a condição de saúde de uma pessoa vivendo com HIV, a carga viral indetectável possibilita que o risco de transmissão sexual seja próximo de zero. Vale dizer que isso não representa uma cura do HIV. Na medida em que há uma maior dificuldade na adesão ao tratamento, a carga viral pode voltar a se tornar detectável, o que acarreta numa piora da condição de saúde do sujeito e aumenta as chances de transmissão do vírus.
Em termos científicos, o risco de transmissão de um sujeito com carga viral indetectável para seus parceiros sexuais, é uma pequena fração próxima de zero. Vale lembrar que, na pesquisa científica, é praticamente impossível chegar no parâmetro de 0% ou 100%. Ou seja, em termos práticos, é seguro dizer que o risco de transmissão de um sujeito com carga viral indetectável para seus parceiros sexuais é zero. Uma pessoa vivendo com HIV em terapia antirretroviral (TARV) com uma carga viral indetectável no sangue durante pelo menos seis meses não pode transmitir o HIV através do sexo.
A maior parte das pessoas que inicia a TARV, mediante uma boa adesão, encontra um esquema que funciona em um período de 6 meses. Apenas uma pequena parcela, devido a questões de dificuldades de adesão e/ou de efeitos colaterais, precisa de um pouco mais de tempo para encontrar um outro esquema. Assim, é possível dizer que, de um modo geral, o período de 6 meses de boa adesão ao tratamento e de monitoramento da carga viral é o suficiente para que a carga viral fique indetectável.
A manutenção da carga viral indetectável está diretamente correlacionada a uma boa adesão ao tratamento. Se há uma reincidência de dificuldades na adesão, a carga viral pode sim passar de indetectável para detectável, o que ocasiona uma piora na condição de saúde do sujeito e aumenta as chances de transmissão do vírus. São vários os motivos que levam um sujeito a optar por não iniciar o tratamento ou apresentar dificuldades de adesão, como: estigma do HIV/AIDS, em associação com o estigma da própria sexualidade e/ou identidade de gênero; vulnerabilidades sociais; problemas de saúde mental; uso prejudicial de álcool e/ou substâncias psicoativas; hostilidade dos ambientes de convívio; falta de rede de apoio entre a família e amigos, dentre outros. Vale dizer que um sujeito pode ter sua carga viral indetectável transformada em carga viral detectável devido a algumas dificuldades. No entanto, isso não é uma sentença, de modo que, a partir de uma retomada da boa adesão ao tratamento, o sujeito pode ter sua carga viral indetectável novamente.